Este belo e encantador espetáculo,fiquei deslumbrada.
Este era um sonho desde há muito acalentado pela Estoril-Sol: consagrar, na atmosfera do prestígio internacional do Salão Preto e Prata do Casino Estoril, o génio criador de Filipe La Féria num arrebatador espectáculo musical por ele especialmente concebido e fadado a um inolvidável êxito.
Chama-se “Fado - História de um Povo” e o título não diz tudo: porque a imaginação de Filipe La Féria foi mais longe do que a mera reconstituição das raízes do Fado, qual semente germinada na alma de um Povo ao longo dos séculos da sua História.
O espectáculo corporiza, é certo, essa viagem às origens, esse regresso ao presente, essa antecipação às tendências, tão magistralmente retratadas na sua dedicatória final ao “renascer” do espírito de Amália, vertido, também, no vanguardismo conceptual do “Novo Fado”. Mas não é, apenas, nessa simbiose de cantos antiquíssimos, de lendas reencontradas, de episódios de uma régia corte auto exilada no Brasil, de temas que ressoam na nossa memória e habitam o nosso quotidiano, que reside o único segredo inspirador de “Fado – História de um Povo”. O seu segredo maior reside no estranho sortilégio de um musical que o espectador vê a cantar e, depois, leva para casa, como se fora sua pertença, como se fora o reencontro com a alma de um povo, na sua estranha forma de vida, no seu singular destino de se sentir e se exprimir através do fado.
E há, depois, esse impressionante elenco de fadistas, actores, músicos, bailarinos, acrobatas que dão corpo à criatividade do guião de “Fado – História de um Povo”. São nomes grandes do espectáculo nacional, tais como Alexandra, a genial intérprete de Amália Rodrigues no musical “Amália”, de La Féria, António Pinto Basto, Gonçalo Salgueiro, além dos mais significativos intérpretes do “Novo Fado” e de surpreendentes revelações de cantores criteriosamente seleccionados em sucessivas audições divulgadas ao grande público através de um concurso da RTP. Tudo isto, envolto nesse “diáfano manto da fantasia” que é timbre de La Féria.
Uma fantasia posta ao serviço de um “espectáculo total”, em que o vanguardismo dos recursos técnicos do Salão Preto e Prata é explorado ao limite: as cenas sucedem-se em ritmo incessante, numa dinâmica que balanceia picos de euforia e recolhimentos nostálgicos, numa cadência que deixa o espectador suspenso, face ao insólito de acrobatas que sobre ele pairam, face à surpresa de artistas que o rodeiam e transformam em palco toda a plateia do Salão Preto e Prata. Falta, apenas, uma surpresa: a da inevitabilidade do êxito de “Fado – História de um Povo”, a estrear, já em Abril. Pois que o êxito, paradigma do Casino Estoril é, também, a impressão digital de tudo aquilo em que Filipe La Féria toca.
Como um segredo que é seu, mas que partilha com uma multidão de admiradores. Como um enigma que só a ele pertence e cuja chave está guardada nesse inesgotável espólio da sua genialidade criativa!
Eliecy costa
adorei amiga haverá mais oportunidades
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